A Pesquisa de Perdas no Varejo Brasileiro 2024, realizada pela Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe) em parceria com a KPMG, trouxe um panorama atualizado e detalhado sobre o cenário de perdas no setor varejista. Os dados referem-se ao desempenho das empresas em 2023 e revelam tendências importantes para o mercado, assim como reforçam a necessidade de ações estratégicas e tecnológicas para conter prejuízos.
Acesse o relatório completo aqui: Pesquisa Abrappe 2024
Principais números da pesquisa
O estudo revelou que o índice médio de perdas no varejo brasileiro subiu de 1,48% em 2022 para 1,57% em 2023, representando um aumento de 6%. Esse percentual equivale a R$ 34,9 bilhões em perdas — um montante que poderia ser destinado a expansão, melhorias operacionais, programas de fidelização ou investimentos em prevenção.
As causas mais frequentes das perdas permanecem relacionadas a:
- Quebras operacionais (produtos vencidos, perecíveis, avariados)
- Furtos externos e internos
- Erros de inventário
Juntas, essas três causas correspondem a 84% do total de perdas apuradas.
A importância da gestão de estoque
A pesquisa reforça que empresas com acurácia elevada de estoques tendem a reduzir perdas e rupturas. Foram avaliados dois tipos de acurácia:
- Qualitativa: percentual de itens sem divergência entre estoque físico e sistêmico (destaque para artigos esportivos com 93,34%)
- Quantitativa: assertividade na contagem total ou cíclica (destaque para eletromóveis/informática com 95,49%)
Outro ponto relevante é a gestão de inventários:
- 98% das empresas realizam inventários cíclicos próprios em lojas
- 79% fazem estorno do ICMS sobre perdas e quebras
- 66% emitem nota fiscal para perda de inventário
Transformação digital na prevenção de perdas
A tecnologia continua sendo uma aliada estratégica. Entre os recursos mais utilizados pelas empresas estão:
- CFTV (100% dos respondentes)
- Ferramentas de Business Intelligence (83%)
- Antenas antifurto (68%)
- Analíticos de vídeo (31%)
- RFID (21%)
- Inteligência Artificial (6%) para análise de imagens e detecção de anomalias
O RFID ganha destaque por permitir rastreabilidade em tempo real, visibilidade detalhada do estoque, integração com sistemas antifurto e apoio a processos de reposição, reduzindo perdas e melhorando a experiência do cliente.
Benefícios do RFID na prevenção de perdas
- Maior visibilidade do estoque: localização exata e quantificação precisa dos itens
- Detecção de furtos em tempo real: integração com alarmes e sensores
- Agilidade operacional: localização rápida de produtos e melhoria no atendimento
- Redução de erros de inventário: contagens mais rápidas e precisas, diminuindo discrepâncias
Conclusão
O aumento no índice médio de perdas reforça que a prevenção deve ser prioridade estratégica no varejo brasileiro. A adoção de tecnologias como o RFID, combinada a práticas robustas de gestão de estoque e capacitação das equipes, pode gerar impacto significativo nos resultados.
Empresas que investirem de forma consistente em monitoramento, automação e inteligência de dados estarão mais preparadas para reduzir perdas, melhorar a rentabilidade e manter-se competitivas em um cenário cada vez mais desafiador.
Leia o relatório completo: Pesquisa Abrappe 2024